Adesão à European Route of Megalithic Culture

 

A AEAT é o único organismo português a fazer parte desta rede internacional “Rotas Megalíticas” que tem como intuito dinamizar e salvaguarda os monumentos megalíticos Europeus.

 

Desde o dia 28 de abril de 2022 que a AEAT faz parte da The European Route of Megalithic Culture, uma plataforma que tem por intuito a dinamização e divulgação do Megalitismo Europeu, promovendo o valor turístico dos monumentos e, desta forma, melhorar a sua salvaguarda como parte do património cultural comum. Assim, a rede internacional “Rotas Megalíticas” foi fundada e reconhecida como uma associação internacional sem fins lucrativos sob a lei alemã em 19 de novembro de 2012 com o intuito de implementar conjuntamente um plano internacional que prevê atividades turísticas relacionadas com as “culturas megalíticas”.

Embora no passado a Geoparque Naturtejo tenha pertencido a esta plataforma de abrangência europeia, neste momento a Associação de Estudos do Alto Tejo é a única entidade de Portugal a pertencer a esta plataforma. A associação tem como atividade, desde há cerca de 50 anos, o estudo e a divulgação do património cultural, antropológico e ambiental de um território, situado no Centro interior de Portugal, abrangido por cinco municípios, que integram atualmente a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB). Este território está inserido no primeiro geoparque criado em Portugal, o Geoparque Naturtejo Global da UNESCO.

A investigação arqueológica corresponde a uma parcela dominante da atividade da AEAT. Neste programa está incluída uma tarefa de caráter permanente que é a atualização do inventário de sítios arqueológicos com apoio em trabalho de campo. Esta atividade tem sido de tal modo importante que a AEAT e os seus investigadores têm prestado um alto contributo para a base de dados pública de sítios arqueológicos, gerida pela Direção Geral do Património Cultural.

O início do estudo do megalitismo desta região, em Vila Velha de Ródão, em 1904, com Francisco Tavares de Proença Jr. está bem representado pela escavação de uma sepultura megalítica, a anta da Urgueira, que foi publicada de modo modelar em termos metodológicos. Este investigador dedicou boa parte do seu curto, mas intenso esforço de investigação, de 8 anos, a este tipo de monumentos, mas teve de se exilar politicamente e morreu prematuramente, com 33 anos, na Suíça. Deixou muito por fazer e o interesse pelo tema seria retomado pela AEAT a partir dos anos 80 do séc. XX.

A organização do Campo Arqueológico de Proença-a-Nova, desde 2012, uma parceria entre a AEAT e o município de Proença-a-Nova, foi motivado pelo estudo das sepulturas megalíticas existentes neste município, com destaque para a, talvez, maior e melhor conservada no território da CIMBB, o Cabeço da Anta.

Mais recentemente, em 2019, foi defendida por um dos membros da AEAT, uma tese de doutoramento, na Universidade de Évora, dedicada ao megalitismo desta região.

O interesse da AEAT pelo tema também ficou bem patente na organização, em 2021, do congresso internacional Tumuli and Megaliths in Eurasia, que contou com um total de 17 sessões e 156 comunicações de 341 autores.

Além da investigação, a Associação tem investido na recuperação dos monumentos investigados e na sua valorização para usufruto da comunidade, sendo disso exemplos a anta do Cão do Ribeiro (descoberta em 1945 pelos arqueólogos alemães Georg e Vera Leisner), situado no município de Proença-a-Nova e a anta de Cabeço d´Ante, situado no município de Vila Velha de Ródão. Estes dois monumentos estão integrados em duas rotas pedestres.

A AEAT salienta ainda que a valorização dos monumentos megalíticos na CIMBB, excluindo as iniciativas dos municípios de Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, está muito atrasada comparativamente com outras zonas de Portugal Continental e até com municípios vizinhos, também pertencente ao Geoparque Naturtejo, como é o caso de Nisa, com a emblemática anta de São Gens e o menir de Patalou.

Consideramos, por isso, muito importante a presença na The European Route of Megalithic Culture, de forma a aumentar essa oferta em termos de monumentos megalíticos visitáveis, investigados e protegidos no nosso território.